26 de nov. de 2010

"Tuas ideias não correspondem aos fatos (...)"

Pra variar, algo me irrita profundamente. Estava quase dormindo, mas precisei levantar e escrever sobre... clichês. Clichês me estressam. Nada contra o "Era uma vez", acho até bonitinho, tradicional, universal. Apesar de cansar. Na verdade, clichês não são o problema. OPINIÕES clichês. Essas são.

Há ideias epidêmicas em sociedade, as quais sabemos na ponta da língua, entretanto, não condizem à prática. Apenas à uma realidade idealizada. Já abordei algumas delas aqui. Por exemplo, "Não tenho falsidade nem preconceitos", "Nunca vou mudar", "Aprendemos com erros", "Estou feliz por você (mesmo não estando)", "Melhor verdade do que ilusão" e outras. Certo, pouco fará diferença na vida de alguém formar opinião sobre tais assuntos. A lógica usada pra repensá-los, porém, pode ser bem útil em temas polêmicos, tipo aborto ou pena de morte.

Falando em formar opinião, mais uma coisa me incomoda. O mundo quer que tenhamos opinião sobre TUDO. Não, eu não tenho opinião sobre tudo. Se perguntarem a respeito de cotas nas universidades, vou dizer "Sei lá. Desculpa." Qual o problema? Posso conhecer diversos pontos de vista, só que ainda não enxerguei o meu e não vou usar clichês como se fossem autoria própria, pois NÃO SÃO.

Clichês são ideiais velhos, ultrapassados, usados quando temos preguiça de questioná-los. Não estou falando pra sairmos por aí somente com pensamentos mirabolantes (mesmo sendo divertido, revolucionário e podendo mudar de vez a humanidade... ou transformá-la num caos maior). O que peço é pra imaginarmos um pouco além do óbvio. E, no mínimo, crie coragem de dizer "não tenho opinião" ao invés de repetir uma ladainha feito CD arranhado.