7 de dez. de 2010

Madness?

Até qual ponto o medo do amanhã pode interferir no hoje? Fico imaginando... e se não houver mesmo o amanhã, como diz aquela música do Renato Russo? Significa abrir mão por medo de algo que nem existe.

Meus posts podem às vezes parecer meio abstratos, pois dificilmente vou direto ao ponto. Dessa vez, serei clara - quero fazer uma tatuagem. Tatuagem = marca permanente; novo membro do corpo.

Daí vem minha mãe "Adolescentes mudam rápido de ideia. Amanhã você estará pensando de outro jeito. 5 anos atrás nem podia ouvir falar nisso." Ok, então seres humanos temem mudanças. Mudanças e arrependimentos. Quantas coisas deixaremos de fazer por medo de mudanças e arrependimentos? Se ninguém se arriscasse, a humanidade não teria progredido. Nada de Grandes Navegações, ciência ou Revolução Francesa.

Voltando à tatuagem, no início do ano, vi um vídeo do PC Siqueira no qual ele diz que adora fazer tattoos e não se arrependerá disso quando chegar à terceira idade. Afinal, quando estiver velho, estará muito ocupado sendo velho pra se preocupar com seus desenhos em pele. Faz sentido.

Aqui vai mais um motivo pra não sentir remorso. Tatuagem é um mini-museu da própria vida e, se baseada em verdadeiro simbolismo, fará parte da pessoa. Acho que ninguém enjoa do dedão do pé ou da canela. Simplesmente, fazem parte de nós.

Queria tatuar "Madness?" no braço. Em português, "madness" significa "loucura". O ponto de interrogação questiona a loucura. Muito profundo. Não somente o pigmento penetrado na pele, mas o significado por trás da marca que pretendo levar comigo até meu corpo ser cremado. Vou tentar explicar.

Loucura me fascina. Fascina porque ideias classificadas como "loucas" podem ser as mais óbvias, toscas e geniais ao mesmo tempo. Fascina porque loucura é o que leva o homem a estudar o Universo, minha grande paixão. Fascina porque... loucura é uma incógnita. Loucura é imprevisível. Loucura é complexa. Imprevisibilidade e complexidade são partes da essência humana. Loucura é tudo. Tudo é loucura.